A nossa História

16-08-2011 21:40

Sabia que….

 

Arez é uma das freguesias mais antigas do Concelho de Nisa e a Capela do Divino Espírito Santo onde foi fundada a Irmandade da Misericórdia de Arez situa-se na região do Norte Alentejo, na freguesia de Arez, no Concelho de Nisa, distrito de Portalegre.

 

A Capela do Divino Espírito Santo ou Igreja da Misericórdia de Arez é um edifício do Séc. XVI e de invocação ao Espírito Santo. A capela tem 3 altares: o altar-mor tem a imagem do mesmo Divino Espírito Santo e o da parte do Envagelho (lado esquerdo, visto da entrada) tem a imagem do glorioso Santo Amaro, e o da parte da Epístola (o do lado direito) tem a imagem do Senhor Crucificado.

 

“Está a dita ermida com as portas dentro da vila e é administrada pelo provedor e mais Irmãos da Misericórdia…” (in Memórias Paroquiais, 1758).

 

As capelas dedicadas ao Divino Espírito Santo, existentes nesta zona do país, no séc. XVI, que serviram de casa a estas irmandades poderão ter sido erguidas propositadamente para este fim. Na realidade, já ao longo da Idade Média que em Portugal se tinha vindo a dar passos no sentido de reformar as Instituições assistenciais: umas são instituições dominicanas, outras são basicamente Confrarias que, em muitos casos, resultam da necessidade de pequenas comunidades se organizarem de molde a “minimizar as suas insuficiências de organização social”.

 

Sobre a sua Fundação…

 

Segundo resposta escrita do pároco de Arez, o vigário Frei Paulo Vaz Geraldes, em 28 de abril de 1758, ao inquérito nas Memórias Paroquiais:

 

Tem Irmandade da Misericórdia ereta na Ermida do Divino Espírito Santo porém não se sabe qual foi a sua origem por não haver livros antigos, que pereceram como também os da Igreja quando o inimigo invadiu este reino, e entrou em esta vila o ano de mil e setecentos e quatro, e dos livros que há desde esse tempo a esta parte não consta cousa alguma…” 

 

Ou seja, as informações que existem é de que a Misericórdia de Arez funcionava na Ermida do Divino Espírito Santo e nada se sabia da sua origem, pois os livros desta, incluindo os da Igreja, haviam sido destruídos pelo inimigo, que neste caso, se tratava do exército franco-espanhol, que invadira a vila em 1704, e os posteriores nada esclareciam. É credível ter havido a destruição dos livros. A invasão ainda permaneceria na lembrança de algumas testemunhas, pois a Memória foi redigida em 1758 e a invasão dera-se em 1704.

 

O atual Compromisso que regula a Irmandade, que devidamente atualizado foi votado em Assembleia Geral dos Irmãos, em reunião de 20 de março de 1981 e depois aprovado e confirmado pela entidade religiosa, o Bispo de Portalegre e Castelo Branco, Dom Augusto César Alves Ferreira da Silva, em 14 de agosto do mesmo ano, refere no Capítulo 1, artigo 1º: “A Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Arez, também abreviadamente denominada Santa Casa da Misericórdia de Arez ou simplesmente, Misericórdia de Arez, fundada no ano de 1517, continua a ser uma associação de fiéis…” .

 

Das 75 Misericórdias fundadas e com documentação escrita ao tempo de D. Manuel apenas se sabe a data exata de oito, nas quais está incluída a de Nisa. Nenhum compromisso anterior menciona a data de fundação da de Arez, ou seja não existe documentação em concreto que a fundamente.

 

No entanto, “A Misericórdia de Arez, próximo de Portalegre, recebeu em 28 de novembro de 1592 um alvará régio autorizando-a a usar o Compromisso da Misericórdia de Lisboa, no qual refere que ela fora "novamente instituída", isto é, que havia sido recentemente criada. A documentação conhecida que resta do seu antigo arquivo encontra-se nos cartórios da Misericórdia de Amieira do Tejo, e contempla unicamente documentos posteriores a 1714" *

 

A referência à sua instituição é assim comprovada por Documento existente na Chancelaria de D. Filipe I, Privilégios, Liv. 2, fl. 167 v.

* in Portugaliae Monumenta Misericordiarum, Vol. V, pág. 259, publicada pela União das Misericórdias Portuguesa e pelo Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica, 2006.

 

(Investigação de Ana Leitão)

Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.